segunda-feira, 14 de março de 2016

E preciso de mais



Prefeitura vai distribuir R$ 1,1 milhão doados às vítimas de tragédia de Mariana
  • 14/03/2016 17h26
  • Belo Horizonte
Léo Rodrigues – Correspondente da Agência Brasil

 Povoado  de  Bento  Rodrigues foi destruído após o rompimento da barragemArquivo/Agência Brasil





A prefeitura da cidade histórica mineira de de Mariana vai distribuir R$ 1,1 milhão às famílias afetadas pelo rompimento da barragem da mineradora Samarco, em novembro do ano passado. O dinheiro foi arrecadado em três contas bancárias abertas para receber doações de pessoas que se solidarizaram, em todo o país, com as vítimas da tragédia. Na última sexta-feira (11), foi celebrado um termo de compromisso com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e com a Comissão de Representantes dos Atingidos estabelecendo regras para distribuição dos recursos.

O acordo prevê o cadastramento prévio das famílias, feito pela Comissão de Representantes dos Atingidos, e a distribuição do dinheiro em duas fases. Na primeira etapa, serão disponibilizados R$ 800 mil. Essa dinâmica foi definida para permitir que famílias eventualmente não contempladas na primeira fase recebam sua parcela de forma compensatória na etapa seguinte.

O Ministério Público fiscalizará as contas para que não ocorram desvios e os recursos sejam efetivamente destinados às pessoas atingidas. A previsão é de que os pagamentos comecem no próximo dia 23. Será emitida uma nota de empenho para que cada família possa sacar diretamente os valores no seu banco.

Tragédia
O rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, em Bento Rodrigues, distrito de Mariana, no dia 5 de novembro do ano passado, destruiu o povoado, provocou a morte de 19 pessoas, destruiu a vegetação nativa e poluiu as águas do Rio Doce, afetando mais de 30 municípios em Minas Gerais e no Espírito Santo. Na semana passada, quatro meses após o desastre ambiental, foi encontrado o corpo da décima oitava vítima. Um corpo ainda não foi encontrado.

O texto foi alterado às 19h31 para correção de informação: o povoado destruído foi Bento Rodrigues, e não Bento Ribeiro
Edição: Nádia Franco

segunda-feira, 7 de março de 2016

RIO DOCE



Pesquisas sobre recuperação do Rio Doce vão ter R$ 6,7 milhões
  • 07/03/2016 18h56
  • Belo Horizonte
Léo Rodrigues – Correspondente da Agência Brasil

Governador Valadares (MG) - Passagem da lama pelo Rio Doce  por causa do rompimento de barragem com rejeitos de mineração em Mariana (MG)Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios/Divulgação


Pesquisadores mineiros poderão encaminhar, até esta terça-feira (8), propostas de pesquisa científica, tecnológica e de inovação que contribuam para a recuperação das áreas afetadas pelo rompimento da barragem da Samarco, que ocorreu no município de Mariana (MG) em novembro do ano passado. Os órgãos responsáveis pelo processo seletivo são a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).




Ao todo, o edital prevê um investimento de R$ 6,7 milhões. Cada projeto contemplado poderá receber até R$200 mil. Os trabalhos deverão ser desenvolvidos em um período de dois anos e a cada seis meses será preciso apresentar um relatório. As propostas podem ser enviadas pela internet até as 17h desta terça-feira.

Saiba Mais
Segundo Paulo Sérgio Beirão, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fapemig, serão privilegiadas propostas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias ou que possam futuramente se converter em produtos. "Estamos convocando a inteligência que nós temos no estado de Minas Gerais para propor soluções que sejam interessantes. Projetos bem-sucedidos podem inclusive servir de modelo para aplicação em outras bacias, independentemente de ter um desastre ou não. Temos problemas de contaminação da água, por exemplo, em várias partes do país", ressaltou.

São quatro linhas temáticas possíveis: recuperação do solo, recuperação da água, recuperação da biodiversidade e tecnologias sociais. "Podemos ter projetos que apontem para possibilidades de uso da lama acumulada ou para formas de tornar o solo agricultável. Que plantas poderiam se adaptar à região atingida? É um conhecimento importante. Outras alternativas seriam pesquisar estratégias eficientes para tratamento da água ou para fomentar a reprodução dos peixes nas áreas afetadas", explica Beirão.

Pesquisa nacional
Nas próximas semanas, deve ser lançado um outro edital que permitirá a participação de grupos de pesquisadores de outros estados, desde que pelo menos um membro seja de Minas Gerais ou do Espírito Santo, estados afetados pelo rompimento da barragem. Esta outra seleção é fruto de parceria entre a Fapemig, a Capes, a Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Espírito Santo (Fapes) e a Agência Nacional de Águas (ANA).

Diferente do edital anterior, cujo enfoque é o desenvolvimento de tecnologias, a nova chamada privilegiará propostas multidisciplinares e que incluam intervenções diretas nas comunidades atingidas. A estimativa é que sejam destinados cerca de R$ 12 milhões para as pesquisas e cada proposta poderá solicitar até R$ 1 milhão em trabalhos a serem desenvolvidos por um período de até 4 anos.

Acordo
O rompimento da barragem em Mariana (MG) ocasionou a morte de 19 pessoas, além de provocar destruição de vegetação nativa e poluição das águas da bacia do Rio Doce. Na semana passada, a Samarco e os governos fecharam um acordo para recuperação da Bacia do Rio Doce em 15 anos. Somente nos primeiros três anos, a mineradora teria que desembolsar R$ 4,4 bilhões. O acordo ainda precisa ser homologado pela Justiça.
Edição: Carolina Pimentel